Servidores da Câmara de São Gonçalo do Rio Abaixo fazem perguntas sobre novo Coronavírus a Infectologista e ajudam a informar a população

Série Especial de Saúde



Dr. Marcello Fontana Monteiro, especialista em Infectologia e Infectologia Hospitalar pela Sociedade Brasileira de Infectologia/AMB e coordenador do Serviço de Infectologia do Hospital Nossa Senhora das Dores-Itabira tira dúvidas importantes a respeito do novo Cornonavírus e dá esclarecimentos sobre a doença, Covid-19, que vão ajudar e orientar a população.

Foram feitas 20 perguntas. Por isso, essa entrevista especial será dividida em duas partes. O objetivo da Câmara é fazer chegar informação de credibilidade à população neste momento de tantas incertezas. A primeira parte da entrevista você confere agora.
 

  1. Como se dá a transmissão do novo Coronavírus?

A transmissão se dá efetivamente por contato direto das pessoas com gotículas de saliva e secreção infectantes. Há também contágio indireto por meio de mãos, objetos, superfícies que porventura estejam contaminados com secreções respiratórias.
 

  1. Quais os sintomas da pessoa que está com a Covid-19?

A pessoa, geralmente, apresentará um quadro gripal típico com febre, tosse, coriza, dor de garganta e, eventualmente, falta de ar (formas graves). Sintomas não tão comuns como diarréia, perda de olfato, dores musculares, dores no corpo, cansaço e fadiga também podem ocorrer.
 

  1. Por que algumas pessoas apresentam os sintomas e outras não?

Não se sabe ao certo o porquê de alguns terem ou não sintomas; especula-se que há relação com resposta imunológica de cada pessoa, que pode variar. Este seria o motivo de indivíduos idosos e portadores de doenças crônicas terem apresentações mais graves da doença e jovens e crianças geralmente formas leves ou assintomáticas. Tudo dependerá, assim, da resposta inflamatória e imunológica que cada indivíduo apresentará, ante exposição ao coronavírus.
 

  1. Após quanto tempo de contato com o vírus, a pessoa manifesta os sintomas da doença?

O período médio de incubação da doença é de 5 a 6 dias, podendo variar de 0 a 14 dias.
 

  1. Quanto tempo o vírus sobrevive no ar?

Estudos recentes do CDC (Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, similar à nossa ANVISA) trazem informe de que o vírus permanece no ar em forma de aerossóis (no ar) por até 3 horas.
 

  1. Quais as medidas mais eficazes para conter o vírus?

As medidas mais eficazes, no momento, continuam sendo o isolamento social, tanto para população sem doença, susceptível ao vírus, quanto para os indivíduos que apresentam caso suspeito ou confirmado de coronavírus.

É também importante testar-se em massa os indivíduos sintomáticos, para se conhecer perfil epidemiológico de Estados/municípios e para melhores medidas de contenção do vírus.
 

  1. A higienização das ruas e carros é válida para conter o novo Coronavírus? Se, sim, qual seria a forma ideal de fazê-la?

Não há ainda estudos com nível robusto de evidência científica comprovando efetividade desta medida. Não é formalmente indicada pelo Ministério da Saúde brasileiro e protocolos internacionais até momento vistos.
 

  1. As máscaras protegem mesmo do novo Coronavírus?

As máscaras de fato protegem do coronavírus. A máscara cirúrgica ou N95/PFF2, de uso hospitalar, é indicada para profissionais da saúde terem barreira microbiológica máxima ante uma exposição ao vírus.

A máscara de uso comunitário, a exemplo das de tecido, também protege a população sadia da transmissão por indivíduos sintomáticos/ assintomáticos ou pré-sintomáticos. São medidas já consagradas mundialmente no combate ao vírus.
 

  1. O Coronavírus foi encontrado no esgoto, ele consegue viver ali por quanto tempo e como aconteceria a contaminação por ele neste caso em específico?

Há descrição de achados do vírus em material de esgoto, mas ainda não é via confirmada de transmissão do mesmo e não se sabe por quanto tempo sobrevive neste tipo de material.
 

  1. Qual o tempo que o vírus sobrevive em superfícies como madeira, plástico, metal, no piso?

Este tema é ainda objeto de estudos científicos para confirmação. O que já se tem de informação, baseado no CDC acima descrito, é permanência do vírus no ar (aerossóis) por até 3 horas; em metal tipo cobre por até 4 horas; em papelão por até 24 horas; e em plástico e aço inoxidável por até 2 a 3 dias. Demais materiais e superfícies, reitero, não tem definição de tempo especificado em estudos /literatura.
 

  1. Que recomendações daria para as pessoas neste momento em que a Pandemia alcança mais municípios quanto a hábitos a adotarem em casa como prevenção?

Recomendaria fortemente à população para seguirem rigorosamente o isolamento social, principalmente para os grupos de risco. Orientaria evitarem aglomerações, festas; sugeriria toalete da tosse, usando dobra do cotovelo ou lenço para tossirem. Por fim, fica sugestão de lavagem rigorosa das mãos, sempre que tossirem ou tiverem alguma sujidade nestas. A lavagem das mãos é tão eficaz quanto o álcool-gel e é medida consagrada, há cerca de 170 anos, como fonte de proteção para transmissão de doenças infecto-contagiosas.

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