Mônica Cristina do Couto: profissional da saúde, mãe, filha e heroína

“Lidar com essa doença todos os dias não é fácil. A gente coloca nossa armadura e vai firme sempre tentando sorrir e passar segurança para os pacientes, mais nem sempre é assim, às vezes nossa armadura cai”.

Mulheres e Pandemia

 Mônica Cristina do Couto, 39 anos, é técnica de enfermagem e trabalha há oito anos no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Margarida, em João Monlevade. A rotina diária dessa heroína é intensa e com tarefas que vão além das horas estafantes como profissional da saúde em plena pandemia e nas atividades como mãe, filha e cuidadora.  “Corremos contra o tempo e sempre estamos lutando com nosso emocional”, explica lembrando as horas estafantes e do uso dos equipamentos de segurança, que apesar de serem necessários, também esquentam a face e o corpo.

Para a técnica de enfermagem, o melhor do seu trabalho é quando recebe um sorriso de agradecimento que vem dos pacientes.  “Imagine o paciente sem poder receber a visita de seus familiares. Ele fica triste e deprimido e nessa hora que entra o amor e o cuidado de nossa equipe de saúde. Ali fazemos o papel de seus familiares, dando atenção e carinho”, comenta.

Mãe cadeirante:  Apesar do trabalho de 12 horas no Hospital e com pouco tempo para dormir, Mônica ainda reserva tempo para cuidar da casa, da mãe cadeirante e de fazer crochê. Para ela, uma terapia que ainda lhe rende um pouco de dinheiro. “Quando chego em casa,  é outra batalha, a de mãe, filha e dona de casa. Minha mãe é cadeirante  e depende de mim para algumas coisas, mas graças a Deus ela faz de tudo em casa, sendo meu exemplo de mulher batalhadora”, revela Mônica. Apesar de toda essa rotina cansativa, ela nunca pensou em desistir da profissão que apesar dos riscos, é gratificante. “Quando penso no sofrimento das pessoas e dos riscos de minha profissão e de meus colegas de trabalho, recordo que tenho uma filha para cuidar e que ainda depende de mim”, cita. 

 Vacina -  Mônica conta que apesar do trabalho com alguns pacientes com Covid-19 no Hospital, ela não contraiu a doença e já recebeu as duas doses da vacina. Ela explica que seu desejo é que todos possam ser imunizados contra a doença e que esse tempo de pandemia passe rápido.  “Lidar com essa doença todos os dias não é fácil. A gente coloca nossa armadura e vai firme sempre tentando sorrir e passar segurança para os pacientes”, comenta. 

Lidar com a morte - Para ela, o mais difícil no seu trabalho é lidar com a morte. “Para mim, um dia difícil é quando você corre e faz de tudo para salvar uma vida e aí a gente não consegue”, lamenta.  Sobre o melhor dia durante essa pandemia, ela explica foi quando recebeu as duas vacinas contra o coronavírus. “Se Deus quiser todo o planeta receberá essa vacina para novamente abraçarmos uns aos outros”, enfatiza  com um leve sorriso a técnica de enfermagem com armadura de heroína, olhos de mãe e de mulher guerreira.

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