Vereadores querem esclarecimentos sobre riscos ao abastecimento de água em Monlevade devido barragens

Estacionamento rotativo, serviço dos Correios e o caos sempre presenciado na cidade em períodos chuvosos também foram lembrados pelos vereadores

A reunião ordinária desta quarta (24) rendeu muitos assuntos na Câmara de João Monlevade. Dentre eles está a preocupação do Legislativo com relação a captação de água no Rio Santa Bárbara. O assunto foi abordado pelo presidente Gustavo Maciel (Podemos), em especial devido a três barragens da mineradora Vale estarem na microbacia do rio, de onde se capta água para abastecer 90% do município.

Segundo dados apresentados por Gustavo Maciel e coletados pelo Projeto Rio Piracicaba, na última sexta (19), a mineradora Vale comunicou à Defesa Civil Estadual a remoção de famílias da Zona de Autossalvamento (ZAS) da barragem Norte Laranjeiras. A barragem atende a mina Brucutu. Contudo, a preocupação do presidente da Câmara se estende a João Monlevade, em especial devido a captação de água do Rio Santa Bárbara pelo Departamento de Águas e Esgoto (DAE). “Além de passar pela Estação de Tratamento das Pacas, em Monlevade, o rio segue até Capela Branca, em Bela Vista de Minas e deságua no Rio Piracicaba. A partir deste ponto, segue por Nova Era até chegar ao Vale do Aço. Qualquer desastre ambiental neste sentido impacta a vida de pelo menos 500 mil pessoas”, explicou Gustavo.

Ainda sobre o assunto, Gustavo Maciel informou que várias cidades já procuraram a mineradora Vale para a adoção de medidas mitigadoras a respeito do abastecimento de água diante do cenário vislumbrado. Conforme estudo, Itabira está recebendo forte apoio financeiro para a construção de um novo sistema de captação de água. Já a região Metropolitana do Vale do Aço vem recebendo apoio para elaboração de um plano B em caso de um colapso hídrico. “Nós, em João Monlevade, precisamos agir imediatamente. Seja por requerimento, seja por reunião com as partes envolvidas, em especial a Vale, para buscar as soluções. Ipatinga, que está a 100 km, já adotou medidas. Nada mais justo que nós, que seremos impactados diretamente neste cenário, também busquemos a empresa e façamos um estudo aprofundado destes impactos”, conclamou Gustavo Maciel. O presidente recebeu apoio dos demais vereadores da Câmara.

Estacionamento rotativo e Correios

A qualidade de outros serviços prestados à população em João Monlevade também foi questionada pelos vereadores. Um deles foi o estacionamento rotativo. Thiago Titó (PDT) e Tonhão (Cidadania) notificarão o Executivo sobre divergências de informações apresentadas pela empresa TIMOB. O assunto foi pauta de uma reunião esta semana, no Legislativo monlevadense (clique aqui).

Outro assunto questionado pelos edis, e que inclusive é objeto de requerimento coletivo dos vereadores, é o serviço dos Correios. Uma reunião será agendada com a gerência local, para esclarecimentos sobre a restrição de entregas de correspondências em todos os endereços da cidade. Moradores de bairros como Planalto, Cidade Nova, dentre outros, reclamam que não recebem correspondências ou encomendas.

Chuvas e canil

Marquinho Dornelas (PDT) e Rael Alves (PSDB) também reclamaram de outro problema recorrente em João Monlevade: as inundações no período chuvoso. “Se nós não limparmos as galerias da nossa cidade, será, novamente, uma tragédia anunciada. Não pode ser chamado de acidente. Não é o rio que transborda com as chuvas. Com as galerias entupidas a água não tem como escorrer”, explicou ele. Rael Alves complementou. “Estive com um servidor da Prefeitura que informou que tem 20 anos que não se faz limpeza na galeria. É um absurdo”, completou Rael.

Por fim, Belmar Diniz (PT), cobrou um posicionamento da Prefeitura no que diz respeito às obras do novo canil municipal. “É uma obra de R$125 mil. As cercas estão danificadas, a iluminação foi apedrejada, maçanetas quebradas. Vamos agendar uma reunião porque o prefeito precisa definir”, disse. Ele ainda citou uma visita que fez recentemente com o vereador Gustavo Prandini ao atual endereço do canil municipal, que vem sofrendo com as chuvas. “Somos defensores da causa animal e vamos buscar as melhorias necessárias”, disse Belmar com o apoio de Prandini.

Crédito: Cíntia Araújo Tavares/Acom CMJM

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