Mais uma vez, Plano Municipal de Vacinação contra a covid-19 é destaque na Câmara de João Monlevade
Vereadores debateram sobre os grupos prioritários e a quantidade de doses disponibilizadas ao município
Os vereadores da Câmara de João Monlevade debateram sobre o Plano Municipal de Vacinação contra a covid-19. O assunto foi abordado pelos parlamentares durante a reunião ordinária desta quarta (24).
O primeiro a falar foi o vereador Gustavo Prandini (PTB). “Faço um alerta e um pedido para que a Secretaria de Saúde reveja os procedimentos”, disse o vereador. Prandini justificou que a nota técnica da Secretaria de Estado de Saúde é clara quando afirma que os municípios devem estabelecer as suas prioridades daqueles que receberão a imunização contra a covid-19 a partir do grupo de prioridade estabelecido nacionalmente. “O município tem essa autonomia. É preciso analisar nossas estatísticas. Dos 87 óbitos já havidos em João Monlevade, cerca de 80 foram de pacientes acima de 60 anos e com comorbidades”, explicou ele. Desta forma, Gustavo Prandini defende que os pacientes acima de 60 anos e com comorbidades sejam a prioridade da vacinação contra o coronavírus no município.
Sobre o assunto, Revetrie Teixeira (MDB), que é presidente da Comissão de Saúde da Câmara, citou o requerimento lido durante a reunião, requerimento este de autoria da comissão, que também é composta por Andréa da Saúde (PTB) e Pastor Lieberth (DEM). A proposta é a constituição de uma comissão especial, objetivando acompanhar a utilização das verbas municipais destinadas ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Além disso, os vereadores querem dados atualizados da Campanha Municipal de Imunização contra a doença.
Vacinação e volta às aulas
O vereador Marquinho Dornelas (PDT) também abordou o assunto. Ele destacou que a vacinação contra a covid-19 para os educadores caminha junto com o retorno das aulas presenciais, ação defendida por ele. Ele também defende maior independência do município na priorização de grupos. Conforme informado por ele, no Plano Nacional, os trabalhadores da Educação estão em 7º lugar dentre os grupos prioritários a serem imunizados, atrás da população indígena e dos povos e comunidades quilombolas e ribeirinhas. “João Monlevade não tem esses dois grupos. Portanto, os trabalhadores da Educação deveriam estar em quinto lugar no município. No entanto, conforme o plano apresentado pela Vigilância em Saúde do município, os trabalhadores da Educação estão em oitavo”, lamentou ele.
O vereador questionou ainda o motivo da população privada de liberdade, ou seja, os presos, estarem à frente dos profissionais da Educação em João Monlevade para a vacinação. “Não vejo dificuldade de entendermos o que é prioridade. Educação e saúde são prioridades. Concordo com a fala de Gustavo Prandini. As pessoas com comorbidades deveriam ser priorizadas sim, elas estão mais vulneráveis. Não tem coerência em João Monlevade”, opinou Marquinho Dornelas.
O líder do Governo, Belmar Diniz (PT), também abordou o assunto. Segundo Belmar, para toda mudança de protocolo é preciso de uma justificativa. “Os protocolos têm embasamento científico. Vamos ouvir então a Secretaria de Saúde e a Vigilância Sanitária”, pediu ele. Já Andréa da Saúde mostrou-se preocupada com a disponibilidade de vacinas contra o coronavírus para aqueles que têm comorbidades, idosos e deficientes. Ela informou que entrou em contato com autoridades políticas, bem como com a Secretaria de Estado de Saúde, para que a população de João Monlevade seja atendida em sua totalidade. “Entrei em contato também com a Gerência Regional de Saúde (GRS). A determinação dos grupos vem da GRS”, explicou ela. Ainda segundo a vereadora, 73% dos trabalhadores da saúde foram imunizados, além de todos os idosos institucionalizados, todos os idosos acima de 90 anos e todos os deficientes institucionalizados. “A Prefeitura já iniciou a vacinação dos idosos acamados que estão cadastrados e dos idosos entre 80 e 89 anos que fazem hemodiálise. Mas queremos maior clareza sobre o estoque da vacina”, enfatizou Andréa.
Crédito: Cíntia Araújo Tavares/Acom CMJM