Vereadores apoiam retorno das aulas presenciais condicionadas à vacinação dos profissionais da Educação e com protocolos sanitários
Câmara Municipal sedia várias discussões sobre o assunto com pais, responsáveis, representantes de escolas e dos profissionais da área
A reabertura das escolas para retomada das aulas presenciais condicionada à imunização dos profissionais da educação contra o novo coronavírus e com definição de protocolos sanitários para a comunidade escolar. Esse é o ponto focal defendido pelos vereadores durante a reunião ordinária desta quarta (10). A diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público de João Monlevade (Sintramon), Dulcinéia Martins, fez uso da Tribuna Popular e discutiu o assunto.
Dulcinéia deixou claro que os profissionais da educação não têm prioridade na vacinação contra o coronavírus. “Mas há uma pressão da sociedade para a reabertura das escolas. Só que sem serem vacinados, não é possível nem ofertar o ensino híbrido. Com esse ensino, os alunos têm a possibilidade de participarem remoto ou presencial, mas o professor terá que estar presencialmente nas escolas. As crianças não têm as consequências mais graves da doença, mas elas são vetores”, explicou. A diretora, que também é professora, lamentou as ofensas que segundo ela, são sofridas pela classe. “Infelizmente estamos sendo ofendidos. Um médico da nossa cidade nos tratou como encostados, ativistas políticos, obesos, sedentários. É revoltante. Não podemos deixar que isso aconteça com uma classe tão responsável, que faz a diferença no país e no mundo. Contamos com o apoio de vocês para esta volta às aulas. Queremos voltar, mas de forma segura”, finalizou ela.
Vereadores se manifestam
O presidente Gustavo Maciel (Podemos), destacou que aos vereadores são solidários aos profissionais. “Sabemos da necessidade voltar às aulas, mas com segurança”, disse. Ele ainda explicou que a Câmara recebeu representantes do movimento Todos pela Educação, formado por pais, responsáveis e apoiadores da reabertura das escolas. “Sabemos que é um momento delicado, e que precisamos ouvir todos os envolvidos”, justificou Gustavo.
Andréa da Saúde (PTB), relatou saber da importância da criança e adolescente na escola. “Um assunto que tem que ser tratado com todo respeito, cuidado e responsabilidade, uma retomada que deve ser segura”, opinou. Belmar Diniz (PT), que é líder do Governo, pediu mais valorização ao profissional da educação. Ele ainda enfatizou que muitas escolas não têm condições de receber os alunos, apesar de ser uma vontade do Governo Laércio Ribeiro. “A saída agora é uma forte campanha para imunização dos profissionais da educação”, opinou ele.
Fernando Linhares (DEM), deixou claro ser favorável ao retorno das aulas presenciais. “Porém esse retorno tem que ser pautado por normatização e obedecendo todas as diretrizes de saúde. Os profissionais da educação têm que ser imunizados, mas não depende do Governo Municipal. A Prefeitura atende diretrizes do Governo do estado e do Ministério da Saúde”, explicou Linhares. Reforçando o argumento de Fernando Linhares, o vereador Leles Pontes (Republicanos), informou que encaminhou ofício ao deputado estadual que apoia, pedindo que solicite ao Governo do Estado que inclua os profissionais da educação no grupo prioritário da vacinação contra o coronavírus.
Pastor Lieberth (DEM) também se manifestou. “Sou a favor do retorno às aulas. E quero prestar meu apoio total aos professores. Que eles também sejam incluídos na linha de frente da vacinação”, disse. A fala dos vereadores teve o apoio de Doró da Saúde (PSD), que pediu também que se pense nos alunos nesse possível retorno às salas de aula. O vereador Dr. Presunto (PDT) também se manifestou favorável ao diálogo. “Representamos o povo e o povo merece resposta”, declarou. Rael Alves (PSDB) também pediu sempre mais diálogo, inclusive com a Prefeitura de João Monlevade.
Mais manifestações
Mais vereadores se manifestaram sobre o assunto. Marquinho Dornelas (PDT), reforçou a necessidade sim de se incluir os profissionais da educação no Plano de Imunização. “Tem sido incoerente esse plano. Não tem sido divulgado de forma clara à população. Precisamos ouvir todos os lados, unir empatia e democracia”, declarou. Revetrie Teixeira (MDB) também externou o apoio aos professores. “Vocês são as pessoas que cuidam do nosso país, têm todo meu respeito”, enfatizou.
Thiago Titó (PDT) pediu consciência e responsabilidade. “O acesso às aulas online não é uma realidade de todos os alunos. Não podemos criar uma expectativa de volta às aulas na população se não criarmos defesas, segurança e protocolos de saúde para a comunidade escolar”, declarou Titó. Bruno Cabeção (Avante) lembrou que a imunização deve atingir não só os professores, mas também a todos os funcionários das escolas. “E que essa ação não se transforme em uma briga de classe. Sou a favor das aulas, com protocolos sanitários”, finalizou ele.
A fala de Bruno Cabeção foi reforçada pelo vereador Tonhão (Cidadania). Ele defendeu que se amplie a vacinação contra o coronavírus a todos os profissionais da comunidade escolar. “Tem que ampliar esse pedido, incluindo os motoristas de ônibus escolares. Será que estamos preparados para isso? Primeiro a vacinação, depois pediremos o retorno das aulas”, finalizou ele. Gustavo Prandini (PTB) destacou ser favorável à mobilização dos vereadores junto aos deputados estaduais, para que a classe educacional seja grupo prioritário de vacinação. Ele ainda reforçou o papel da Câmara de Vereadores neste sentido. “Que esta casa possa continuar sendo esse canal de diálogo e entendimento”, disse.
Crédito: Cíntia Araújo Tavares/Acom CMJM