Atual situação da UEMG em João Monlevade é tema de Audiência Pública na Câmara Municipal

Nessa terça-feira (22/11), a Câmara Municipal de João Monlevade promoveu uma Audiência Pública para tratar sobre a situação atual da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), campus João Monlevade. A reunião é em atendimento ao requerimento 55/2022 de iniciativa do vereador Belmar Diniz (PT).

O parlamentar lembrou que a UEMG foi instalada no município em 2006, na extinta escola Padre Drehmanns no Bairro Baú. Na época a unidade oferecia dois cursos: engenharia ambiental e engenharia de minas. Posteriormente, a unidade recebeu os cursos de engenharia metalúrgica e Civil, e recentemente o curso de engenharia mecânica. Belmar destacou que em 16 anos, a sede do bairro Baú passou por reformas pontuais e que o prédio mantém as mesmas estruturas de sua inauguração. No local foi construído um prédio novo que, segundo ele, é o que possui mais problemas estruturais, principalmente no telhado, onde há uma obra desde o início do ano ainda inacabada.

Ainda segundo Belmar, o local possui oito salas e três banheiros interditados, além de infiltrações e problemas na parte elétrica que impede o funcionamento de um andar inteiro, bem como danos na parte estrutural da biblioteca. Belmar lembrou que a UEMG dividiu suas atividades em outro local, sendo instalada na Escola Estadual Vicente de Paula Neves, no bairro Santa Bárbara, que está desativada. Ele também informou que o espaço precisava de reformas, porém nada foi feito. “Para nosso município e região é de grande relevância ter uma universidade instalada aqui. Isso valoriza a educação, dá visibilidade ao município, além de fomentar a economia, cultura, entre outros. Precisamos saber o que será feito para manter a unidade na cidade”.

Os representantes do Diretório Acadêmico (DA), diretor Rafael Rodrigues, e o vice-diretor, Walace Lucas Rodrigues, fizeram uma apresentação das reivindicações dos estudantes. Na oportunidade, eles informaram que foi enviada uma carta aberta para a Reitoria da UEMG mostrando os anseios e as necessidades do campus João Monlevade.

Na apresentação, eles relataram que a UEMG tem registrado baixa na entrada de estudantes e um alto número de evasão. Os estudantes também elencaram alguns problemas que a unidade tem passado, entre eles a falta de cantina, o transporte, que segundo eles gera um impacto financeiro aos alunos devido a divisão da Universidade. Eles solicitaram que seja disponibilizado um ônibus para transportar os estudantes entre as duas unidades. Outra queixa apresentada pelos alunos é em relação à qualidade da internet e à infraestrutura do prédio da UEMG, que de acordo com eles, não atendem às expectativas, bem como problemas na parte estrutural dos prédios.

No fim da apresentação, os alunos questionaram qual o prazo para iniciar as reformas, o que será feito em relação ao baixo ingresso e alto número de evasão de alunos e como os estudantes serão assegurados por possíveis prejuízos oriundos das falhas atuais da estrutura e dos demais pontos apresentados.

A diretora da UEMG João Monlevade, Júnia Alexandrino, reconheceu os problemas enfrentados pela unidade e garantiu que tem buscado meios para resolvê-los e que “não existe a possibilidade de fechamento da Universidade, como foi noticiado”. Sobre a evasão dos estudantes, Júnia destacou que o problema não é somente no município e sim no país.

Ainda em sua fala, Júnia contou que a obra no telhado da unidade do bairro Baú, foi finalizada. Sobre a reforma do prédio, a diretora explicou que a obra foi autorizada pelo chefe de gabinete da UEMG e que o processo de licitação já está em andamento.

Outro ponto abordado por Júnia se refere à cantina. Segundo ela o processo licitatório já foi finalizado, com uma empresa vencedora, e que no próximo semestre o serviço será oferecido no bairro Baú. Em relação ao xerox, ela explicou que não houve empresa interessada para prestar o serviço, mas que atualmente a UEMG envia os materiais didáticos para os alunos via e-mail.

Por sua vez, a vice-diretora da unidade Nilza Maria de Carvalho, explicou que a internet da UEMG no bairro Baú é paga pela universidade e a do Bairro Santa Bárbara foi cedida pela Prefeitura. “Não é oficial, mas a licitação para a internet está prevista para o próximo ano”.

Nilza destacou que apesar dos problemas sofridos pela UEMG, cerca de 1500 alunos, de mais de 200 cidades do país, já se formaram nestes 16 anos da universidade no município, sendo aproximadamente 60% dos estudantes de João Monlevade e região. Ela ressaltou que no mês de setembro a UEMG passou por uma avaliação institucional e que todos os problemas e dificuldades foram apontados. Ainda segundo Nilza, em uma pontuação total de cinco, os cursos de engenharia Civil e Minas tiveram um aumento na nota, passando de nota 3 para aproximadamente 4.

O prefeito Dr. Laércio Ribeiro se colocou à disposição para estudar formas de parceria com a universidade. “A UEMG, assim como a UFOP e a Doctum por exemplo, são patrimônios da nossa cidade e vamos lutar para fortalecer a universidade no município”.

A representante da Secretaria Municipal de Educação, Nair de Cássia, informou que a pasta vai verificar a respeito da qualidade da internet disponibilizada aos estudantes no bairro Santa Bárbara. Sobre o transporte, Nair lembrou que o município faz um investimento significativo no transporte escolar e que a Secretaria vai avaliar a solicitação dos estudantes para ampliar a disponibilidade do transporte entre as duas unidades.

Encaminhamentos

 

O vereador Belmar Diniz sugeriu a constituição de uma comissão entre estudantes, professores, representantes da UEMG, Secretaria de Educação, entre outros, para discutir e acompanhar a resolução das demandas, bem como buscar apoios com os governos municipal e estadual. Os vereadores se colocaram à disposição para contribuir com as discussões.

Por sua vez, o vereador Thiago Titó e Belmar Diniz sugeriram que, de acordo com as informações noticiadas em relação ao investimento de R$1milhão na Universidade, “é importante que o corpo docente e alunos sejam consultados para saber as prioridades de investimentos na unidade”.

Presenças na reunião

 

Também participaram da Audiência o presidente da Casa, Gustavo Maciel (Podemos), vereadores Revetrie Teixeira (MDB), Fernando Linhares (União), Pastor Lieberth (União), Bruno Cabeção (Avante), Doró da Saúde (PSD), Leles Pontes (PR), Rael Alves (PSDB), Thiago Titó (PDT), professor da UEMG, Sérgio Luiz, representante do Deputado Estadual Bernardo Mucida, Guilherme Nasser.

De forma online, participaram a Deputada Estadual Eleita, Lohanna França, representante do SindUte, Denise de Paula Romano, e Deise Monteiro, assessora da Reitora da UEMG, Lavinia Rosa, que justificou ausência na reunião, além de professores e estudantes da UEMG João Monlevade.

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